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Desvio de Vacinas : Vacinação do Padre de Rossas levanta dúvidas

O programa Sexta às 9 esteve ontem, dia 28 de janeiro, na Vila de Rossas para questionar o Padre Albano Costa, presidente do Lar desta mesma vila, sobre a toma, supostamente indevida, da vacina para a Covid-19.

 
Rossas
Igreja de Rossas

Segundo este programa da RTP, o mesmo foi adicionado à lista prioritária do lar o “que levanta dúvidas”.
O padre Albano Costa em comunicado enviado à RTP, refere que está a substituir a diretora técnica que está infetada com Covid-19, exercendo essa função como voluntário no lar e consequentemente em permanente contacto com os utentes.

 
 

Por sua vez a bastonária da ordem dos enfermeiros, Ana Cavaco, afirmou à reportagem da RTP que “acha impressionante as desculpas que as pessoas conseguem arranjar, para justificar um comportamento errado” referindo-se ao facto de muitos autarcas, padres , provedores e dirigentes da segurança social terem sido vacinados indevidamente, justificando-se com a “sobra de doses”.

A Confederação Nacional de Instituições Sociais garante que a vacinação nos lares de idosos “está a correr bem” e que as notícias sobre uma alegada administração do fármaco a pessoas não prioritárias revelam “alguma exploração tendenciosa” de um aproveitamento de sobras.

 
 
Padre Lino maia

“A ordem de vacinação nos lares é: primeiro os utentes, em segundo lugar trabalhadores, em terceiro lugar pessoas que estão em contacto com os utentes, que são os chamados dirigentes ativos. Isso tem sido cumprido, tenho ouvido falar de uma ou outra situação em que terão sido outras pessoas, mas tanto quanto me chega ao conhecimento têm sido casos de sobras de vacinas e é bom que sejam aplicadas, mas que sejam aplicadas depois desta ordem e para pessoas que estão ligadas à instituição”, defendeu o presidente da Confederação Nacional de Instituições Sociais (CNIS), o padre Lino Maia.

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) está a averiguar este e outros casos relacionados com a vacinação indevida de pessoas ou grupos não prioritários.

 

A VMTV questionou o Padre Albano Costa sobre esta situação, que nos remeteu para o comunicado enviado à RTP e acrescentou que ” A autoridade de saúde publica foi questionada por uma funcionária da instituição, na presença de outras duas colaboradores, e foi-lhes dito que deveriam incluir o seu nome “

Por sua vez para o Governo, o preenchimento das condições para a vacinação nos lares é uma interpretação de cada instituição.

 

O secretário de Estado da Saúde, Lacerda Sales, em 22 de janeiro, admitiu que pode haver justificação para o autarca de Reguengos de Monsaraz já ter sido vacinado contra a covid-19. A declaração vai contra a opinião do coordenador do plano nacional de vacinação que defende que, nesta primeira fase, apenas os residentes dos lares e quem presta cuidados deve receber a vacina.

lacerda

José Calixto, Presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz foi incluído numa lista de pessoas a vacinar no lar de Reguengos. Por ser presidente da câmara é, por inerência, membro da direção da Fundação que é dona da residência de idosos. Segundo o Governo, esta situação faz transformar a situação.

 

“Faz parte da direção, obviamente que aí a situação, ainda assim, transforma-se. Talvez por isso, então tenha sido vacinado e então assim justificar-se-á”, disse Lacerda Sales.

O coordenador do plano de vacinação contra a covid-19 diz que é um caso indevido e uma alteração às prioridades. Francisco Ramos lembra que o que está previsto, por agora, é vacinar os utentes e os profissionais – como enfermeiros ou auxiliares. Não os dirigentes dos lares, a menos que se tratem também de prestadores de cuidados.

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