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Falemos das escolhas relativas à Camara Municipal

Aproximam-se as eleições autárquicas, eleições essas que irão definir os próximos quatro anos de gestão autárquica.

 

Estas são eleições de proximidade, onde as escolhas muitas vezes têm a ver com o conhecimento direto que temos dos nossos candidatos às juntas de freguesia, muito mais do que em escolhas partidárias. Efetivamente estas eleições permitem isso, sendo certo que sou dos que acham que apesar do conhecimento ou amizade que tenhamos das pessoas, o partido pela qual se candidatam ainda define alguma coisa na sua linha de orientação na gestão da freguesia.

 
 

E mais, em face da aberração da lei autárquica, onde os presidentes de junta têm assento na Assembleia Municipal, podendo assim desvirtuar com o seu voto o voto direto nos candidatos à Assembleia Municipal, ainda mais sentido faz verificar bem qual o sentido do nosso voto nas juntas de freguesia. Esta é uma aberração de lei que teima em continuar e cujos grandes partidos não pretendem alterar. Porque com a capacidade que têm de arranjar candidatos às freguesias (diga-se, para esclarecer, que existe grande dificuldade dos pequenos partidos em arranjarem candidatos a todas as freguesias. Verifiquem no vosso concelho e verificarão a verdade desta minha afirmação. Em 69 freguesias o CDS há 12 anos apresentou apenas 23 candidatos à junta, em Guimarães, quando fui presidente concelhio e foi dos anos em que mais candidatos da terra apresentou o CDS nos últimos 20 anos em listas próprias), sabem bem que se conseguem maiorias absolutas na assembleia municipal do concelho, que o povo em voto direto na Assembleia Municipal assim determinou. Aconteceu isso em Guimarães há 8 anos.

Ainda assim, tenho a perfeita noção que a proximidade com as pessoas faz uma grande diferença nas candidaturas à junta de freguesia, sendo que as juntas de freguesia, na prática, destinam-se a resolver os pequenos problemas dos fregueses, até porque o orçamento de que são dotadas, não permitem que se façam as obras necessárias sem o beneplácito do Presidente da Camara, que é que determina a distribuição dos orçamentos complementares das freguesias.

 
 

Mas falemos das escolhas relativas à Camara Municipal.

Como é que os portugueses fazem as suas escolhas nas eleições?

 

Com base em candidaturas que propõem gestão de futuro, visão estratégica, preparação do município ou por escolha partidária e pela visão pequena de mais um pouco de alcatrão ou obras de fachada, que nada resolvem nem acrescentam nenhuma mais valia ao nosso concelho? A questão dos impostos e taxas faz alguma diferença? O preço da água ou o tratamento de resíduos?

O que levam determinados cidadãos a votar em quem lhes dá as taxas de saneamento mais caras; o valor da água mais caro; a taxa de IMI mais alta; a Derrama mais alta; um transito caótico cada vez mais complicado pelas decisões camarárias; dificuldades de acesso às zonas limítrofes do concelho durante décadas; que não atrai empregos de qualidade; não permite condições às grandes empresas para se instalarem; quando perdem investimentos para concelhos da mesma dimensão; quando percebem que a sua Camara cria empresas e cooperativas municipais para dar emprego aos membros do partido, cujos concursos acabam sempre por ser decididos pela entrevista e não por dados objetivos, sendo certo que normalmente têm ligações maiores ou menores ao partido que administra a autarquia.

 

Fácil.

O que leva a que isto aconteça é a falência do critério dos eleitores. A permissividade com que olham para a inação dos governantes. A forma como não exigem a resolução dos grandes problemas. A forma como vêm o mesmo programa ser apresentado vezes sucessivas e os problemas a manterem-se e em nada ser resolvido. A forma como os eleitores olham para as “compras” dos eleitos com um pouco de “espiche” e ou com pequenos subsídios. A forma como enfrentam as pequenas migalhas que lhe são dadas, como se fosse uma grande coisa. A forma como acham que este é melhor que aquele.

 

Um autarca que prepara a sua autarquia para um futuro, não é recompensado. O que leva a que os investimentos sejam para hoje e nunca para preparar um futuro longínquo, como o fez Marquês do Pombal.

E por isso muito pouco espero destas próximas eleições autárquicas na minha terra. Porque o povo exige pouco Natal. Principalmente quando lhe esfregam nos olhos as mentiras que muitos meios de comunicação social “comprados” pela necessidade de sobrevivência apresentam.

O estado socialista raramente perde… Porque vale tudo, mas mesmo tudo. Ainda que as palavras honra e ética sejam muito utilizadas e pouco usadas. E ter “lata” de prometer vezes sem conta o que nunca se resolve.

Por isso se mantém o povo pobre. Porque o pobre só exige as necessidades básicas… e com elas, já se sente agradecido. Eis a forma como se mantém o poder socialista em Portugal. E não por acaso que pelo facto de sermos cada vez mais pobres, que o partido socialista lidera a política portuguesa. Haja festa, futebol e fado…

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