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Mensagem de Natal de D. Jorge Ortiga

O Arcebispo e Administrador Apostólico D. Jorge Ortiga elaborou a tradicional Mensagem de Natal, este ano intitulada “Para que a noite passe”.

 
Jorge Ortiga

Na mensagem, D. Jorge Ortiga sugere um conjunto de “estrelas” com o objectivo de “iluminar a noite de pandemia”.

 
 

A Mensagem pode ser lida aqui:

“O Natal foi sempre tempo de sonhos. Mas nós, católicos, sonhamos juntos uma Igreja sinodal e samaritana como fermento de um mundo mais irmão e solidário. Queremos que tudo resulte da vontade de viver a caridade intensamente, não de um modo teórico mas com gestos. Os gestos identificam-nos e geram esse mundo novo iniciado em Belém.
Tudo parece desmentir esta lógica. Como Isaías, perguntamos. “Sentinela, em que altura vai a noite?”
(Is 21,11). Interroguemo-nos: quando voltará a normalidade?
Temos a noite da pandemia e, em simultâneo, assistimos à evolução egoísta da sociedade. Como resposta consciente, teremos de ir colocando estrelas. Podem parecer pequenas e insignificantes.
Brilharão e mostrarão o caminho que juntos devemos percorrer. Eis a meta do Natal.
– Olho para a sociedade e deparo-me com uma tremenda indiferença perante os seus males. É preciso ressuscitar a atenção ao mundo real para o conhecer e reagir.
– Verifico imensas zangas ou conflitos entre pessoas, famílias, partidos. Terei de assumir o dever da reconciliação e de a promover no coração das pessoas.
– Ouço contínuas críticas no quotidiano da vida e descrições parciais compradas ou interesseiras nos meios de comunicação social. Necessito de repor a verdade e permitir que acreditemos sem suspeitas.
– O egoísmo impregnou-se como um estilo de vida, considerado normal ou necessário para se viver tranquilamente. É urgente partir de um coração sensível e aberto à solidariedade, com muito ou com pouco, transformando a sociedade através da partilha e do dom.
– Impressiona-me o consumismo na avidez de ter o necessário ou o que os meios digitais e a moda propõem. É humano ter vida sóbria, onde nada falta, e, ao mesmo tempo, reconhecer que só a partilha constrói um mundo de fraternidade e igualdade.
– O mundo nas suas conquistas está marcado pela tristeza, na vida de cada um, nas famílias, nos empregos, na política. Parece que se perdeu o encanto, mas a alegria tem de ser conquistada e oferecida.
Merecemos uma sociedade de maior confiança com sentimentos externos de verdadeira felicidade.
Quando passará a noite? Não o sabemos. Temos uma certeza: o natal deve proporcionar alguns raios de luz. Os pequenos gestos mudarão muita coisa. Caminhemos juntos, e, quais samaritanos, ajudemo-nos na caminhada, acendendo estrelas de atenção aos outros, de reconciliação, de coragem de ver o positivo, de expressar solidariedade, de mostrar gestos de partilha e de lutar pela alegria. O
Natal, ainda em pandemia e com tantas limitações, será belo e ajudará a encarar o futuro com maior seriedade. Vamos semear estrelas no lugar onde estivermos? A aurora começará a raiar.
Bom Natal!”

 
 

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