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Pandemia não impediu nenhum socorro dos Sapadores de Braga

O comandante dos Sapadores de Braga reitera que surto de covid-19 na corporação teve origem no Hospital de Braga.

 
Dia da Unidade assinalou os 222 anos de existência da corporação
Foto Joaquim Gomes/jn

O comandante dos Bombeiros Sapadores de Braga, João Felgueiras, revelou esta terça-feira que a pandemia de covid-19 não impediu nenhum socorro daquela corporação e “as medidas internas, algumas de caráter muito simples, mas eficazes, permitiram que todas as solicitações fossem satisfeitas, quer no âmbito da ação pré-hospitalar, quer nos diversos pedidos de socorro e de assistência do dia-a-dia, quer ainda na adaptação a novas tarefas”.

 
 

João Felgueiras destaca “um grande esforço na aprendizagem, no apetrechamento e na execução de novos protocolos, que permitiram intervir na área do apoio à desinfeção de estabelecimentos de diversas ordem, numa altura em que escasseavam os recursos existentes face à necessidade e urgência dos pedidos”, durante um ano e meio.

No discurso do Dia da Unidade, que assinalou os 222 anos de existência pelo menos (há documentos a atestar ter sido fundada mais cedo) da Companhia de Bombeiros Sapadores de Braga, o comandante reiterou a convicção de que a grande contaminação com covid-19 entre os seus profissionais foi “uma situação, que cada vez com maior certeza, aponta como tendo tido origem no combate a um incêndio no Hospital de Braga, em março de 2020”.

 
 

O plano de contingência daquela corporação “acabou por ficar assim frustrado, em março de 2020, pela infeção de 18 dos seus profissionais”.

“Após esse surto” aconteceram “apenas cinco casos, num universo de 106 colaboradores”.

 

“Perante esta nova situação, a missão que nos cabe conheceu novos desenvolvimentos, novas realidades que exigiram diferentes protocolos de atuação, novos equipamentos, e uma grande capacidade de permanente adaptação para que a missão continuasse a ser cumprida, sobretudo ao nível de duas ordens de preocupações, a primeira a de continuar a manter capacidade de socorrer”, premissa que depende sempre de uma outra a montante, “sendo para tal imperativa a garantia da não contaminação dos seus próprios profissionais”.

“No atual contexto de adversidade que se vive, devido à pandemia, esta celebração fica fortemente condicionada, tendo-se entendido não deixar passar a data sem que fosse assinalada, ainda que reduzida à dimensão do que a prudência e as recomendações da Direção-Geral de Saúde aconselham”, referiu o comandante, explicando que “a realidade atual que para além destas condicionantes marcou de forma indelével todo o ano de 2020 e continua a marcar o presente ano de 2021, porque de facto a pandemia atirou-nos de surpresa para uma realidade que só conhecíamos nos filmes de ficção e do cinema da catástrofe”, salientou o comandante dos Bombeiros Sapadores de Braga, João Felgueiras.

 

Corporação ainda mais antiga

João Felgueiras fez outra revelação, segundo a qual afinal aquela corporação será mais antiga, explicando que “não obstante a comemoração ocorrer nesta data, sabe-se hoje que existem registos notariais a referir a existência deste serviço de combate a incêndios, pelo menos desde 1752, história que está a ser objeto de investigação e pesquisa documental”.

 

“No dia de hoje cumprem-se 222 anos sobre a data em que Sua Majestade o Rei D. João VI, concedeu provisão aos pedidos do Juiz de Fora, Vereadores e Procurador da Cidade de Braga, autorizando por sua Carta Régia, de 8 de Junho de 1799, a constituição de uma companhia com cem homens e a compra, em Londres, de uma bomba, de grande preço, para acudir aos incêndios”, tendo sido assim criada a denominada Companhia da Bomba.

“Nos seus 222 anos de existência, a Companhia foi testemunho, ator e protagonista, das maiores transformações a que a humanidade assistiu, transformações essas sempre em aceleração constante, sempre em mudança, criando novos riscos, criando novas formas de socorro, enfim novas missões, realidades e preocupações bem diferentes das de 1799 e que na atualidade exigem uma permanente atenção na sua avaliação, uma permanente disponibilidade para as mudanças, sejam ao nível da reorganização do dispositivo de socorro, sejam na aquisição do conhecimento e da técnica: do saber e do saber fazer, do treino e de uma permanente disponibilidade para, como em 1799, salvar pessoas e bens”.

Jornal de Notícias

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